Nani Roma nos automóveis e Marc Coma nas motos, foram os grandes vencedores da edição de 2014 do Dakar. Uma vitória anunciada para a Mini e para a KTM, que desde o principio mostraram todos os sinais que apontavam para o sucesso. Se nos automóveis a Mini colocou sete All4 Racing nos dez primeiros lugares, já nas motos Joan Barreda em Honda provocou algumas dúvidas em relação ao sucesso de Coma, embora nos três últimos dias o motard da KTM tivesse o total controlo da prova.
A polémica das ordens da equipa em relação ao programado triunfo de Nani Roma ensobrou o duelo entre dois grandes pilotos nos três últimos dias do grande rali. Peterhansel ainda deu um ar de sua graça quando na penúltima etapa chegou ao comando da prova, por escassos 26 segundos, acabando por entregar, no último dia, ao seu amigo Roma o triunfo que lhe fora prometido. Situações que em nada dignificam a verdade desportiva numa prova que envolve milhões de euros e move sacrificios inimagináveis por parte de todos os participantes.
Na última etapa entre La Serena e Valparaíso, De Villiers teve um justo prémio ao conquistar a vitória, com a Toyota Hilux que durante todos os dias da prova se intrometeu entre o domínio dos Mini. Holowczyc (2º) e Vasilyev (3º) levaram os seus Mini All4 Racing às posições seguintes a escassos segundos do vencedor. Para Nani Roma, foi mais do que suficiente o 4º lugar, para poder cantar vitória em Valparaíso, énquanto Orlando Terranova e Paulo Fíuza fecharam o “top five” do dia. Portugal contou com uma vitória na etapa inaugural de Carlos Sousa e Miguel Ramalho, que viriam a abandonar logo no segundo dia de prova, mas contou também com dois grandes navegadores na América do Sul. Paulo Fíuza terminou no 5º lugar final, chegando iclusivamente a vencer uma etapa, mas também em excelente plano, Filipe Palmeiro navegou o polaco Kaczmarski até ao 9º lugar final, também num eficaz Mini All4 Racing.
Como balanço final, merecida ou não, a vitória coube ao espanhol Nani Roma, com Stephane Peterhansel a terminar na 2ª posição a 5m38 de diferença. No último lugar do pódio, vencedor de três etapas, o piloto do Qatar, Nasser Al-Attiyah fez as maravilhas da Mini que preencheu por completo o pódio deste Dakar. Para Geniel De Villiers, o 4º lugar final mostrou os seus excelentes dotes de condução, mas também a excelente preparação da Toyota Hilux. Mais uma edição de uma prova apaixonante, carregada de emoções, mas que termina com decisões decepcionantes, embora o domínio da Mini tenha sido uma constante.
Coma à vontade
Nas motos, dois espanhois ocuparam os dois primeiros lugares. Marc Coma e Viladoms ambos em KTM vincaram o domínio dos especialistas do país vizinho, mas também a fiabilidade das KTM, embora Coma tenha vencido à vontade, com quase duas horas de vantagem frente a Viladoms. Joan Barreda numa Honda, deu que pensar até perto do final da prova, “vingando-se” de alguns azares com uma vitória na derradeira etapa. Pain em Yamaha conquista o 3º lugar final, à frente do experiente Cyrril Després, também em Yamaha. Hélder Oliveira, senhor de uma excelente recuperação, foi o melhor português, conquistando a 5ª posição. Quanto á presença lusa neste Dakar, de salientar os enormes azares de Paulo Gonçalves (Honda) e Ruben Faria (KTM), que poderiam ter aquecido o ambiente nas duas rodas. Quanto aos herois da resistência, Pedro Oliveira (Speedbrain) viria a terminar na 24ª posição, Bianchi Prata (Husqvarna) no 29º lugar e Mário Patrão (Suzuki) foi o 30º classificado.
por: António Xavier