Depois de um excelente e promissor início de prova, ao garantir o sexto melhor tempo da geral automóvel na etapa inaugural do Dakar 2012, Carlos Sousa enfrentou hoje os primeiros dissabores na segunda especial cronometrada desta edição, num total de 295 km cronometrados, disputada entre Santa Rosa del Atacama e San Rafael, na Argentina.
“Foram muitas e pequenas chatices para um só dia”, lamentou o piloto oficial do Team Great Wall Motors, no final de uma dura e muito quente etapa que concluiu em 11º lugar, a 17m08s do mais rápido.
Os contratempos começaram apenas alguns quilómetros após a partida, precisamente na parte mais rápida de toda a especial, mas onde Carlos Sousa acabou por ceder preciosos minutos, já que foi obrigado a parar para… trancar a porta do condutor do seu SUV Haval “que abria a cada solavanco ou mudança de direção. Foi uma situação algo insólita, mas que às vezes sucede até às melhores equipas! Mais do que a paragem, o pior é que perdemos logo o ritmo inicial de corrida e também alguma concentração”, explicou o português à chegada.
Conseguindo, apesar de tudo, estar entre os 10 mais rápidos até sensivelmente meio da especial, perdendo cerca de 1m52s para o líder virtual até ao km 170, Carlos Sousa viria pouco depois a protagonizar nova e prolongada paragem em pista, desta vez devido a um furo:
“Foi um pouco antes da passagem pelas dunas, numa zona de muitos ressaltos e ondulações e numa altura em que as suspensões perderam alguma eficácia devido ao muito calor. Aqui sim, perdemos muito tempo, talvez cerca de 7 a 8 minutos, porque tinha a porta do meu lado trancada e tive que sair do carro pelo lado do navegador. Foi uma operação algo demorada e desgastante do ponto de vista físico, já que no exterior estavam cerca de 45 graus…”, acrescentou Carlos Sousa, que voltou a manifestar algum desconforto em relação à posição de condução do seu carro.
“Até final da etapa, forçamos um pouco o andamento e conseguimos recuperar algum do tempo perdido. Contudo, já na parte final, numa zona de pedras, decidimos não arriscar com receio de mais furos. Enfim, foi uma etapa que não deixará muitas saudades, pela sucessão de pequenos problemas que tivemos de enfrentar desde início e que nos retirou alguma concentração. Mas amanhã é um novo dia e o tempo perdido nesta fase ainda não é preocupante face aos nossos objetivos”, concluiu o piloto português, que após esta segunda etapa baixou à 11ª posição da geral, embora a apenas 1m54 de um lugar no Top-10.
Para amanhã, terça-feira, as dificuldades tendem a aumentar na etapa que ligará San Rafael a San Juan, numa distância de 499 km, dos quais 208 correspondem ao terceiro setor cronometrado deste Dakar 2012.
Na aproximação à Cordilheira dos Andes, as paisagens prometem ser sumptuosas, mas o dia promete ser de muito trabalho para pilotos e navegadores, quer pela concentração que se exigirá nas estreitas pistas de montanha, quer pela peripécia que se aconselha nas passagens pelos muitos rios, onde as pedras devem ser evitadas a todo o custo.
por: Comunicado de Imprensa