Numa etapa que acabou por não ter as dificuldades esperadas pela maioria dos concorrentes, particularmente na abordagem às famosas dunas brancas de Fiambalá, Carlos Sousa voltou a estar em plano de evidência, garantindo o sétimo melhor tempo da especial e subindo a idêntica posição na geral, após superar o vencedor da última edição, Nasser Al-Attiyah, a quem ganhou hoje quase 10 minutos.
Com as temperaturas finalmente a descerem nesta quinta e última etapa disputada em solo argentino, a Organização viu-se mesmo obrigado a encurtar os primeiros 24 km da especial – inicialmente programada com 177 km – em consequência da chuva intensa que fustigou esta região, por norma bastante árida, na noite anterior.
“Já tinha feito esta etapa em 2010 e na altura foi tudo muito mais complicado. Felizmente, não apanhámos tanto calor hoje como nos últimos dias e mesmo a passagem pelas dunas acabou por revelar-se tranquila, mesmo se também decidi rodar com algumas cautelas – às vezes até demais –, para não deixar aquecer muito o carro, até em face dos problemas já experimentados pelo Zhou Young nos primeiros dias”, revelou o piloto português à chegada a Fiambalá.
“É uma situação que tem deixado a equipa algo apreensiva, até porque já tivemos esse mesmo problema aquando dos testes que realizámos em Marrocos. Enfim, é algo que temos que ir gerindo com cautela ao longo da prova, até porque chegados a este lugar em termos de geral será já difícil fazer muito melhor em face do potencial das outras equipas” acrescentou ainda Carlos Sousa, após um dia em que ganhou mais de 5 minutos a Giniel de Villiers e se afastou ainda mais dos pilotos que o seguem imediatamente na classificação.
Coragem e ousadia são palavras que hoje se pronunciam com raridade, apesar de firmeza e convicção serem sinónimos utilizados cada vez mais para disfarçar...
