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Erro de navegação atrasa Carlos Sousa

13 January , 2012

Apesar de um promissor início de etapa, Carlos Sousa voltou hoje a atrasar-se mais um lugar na geral devido a um erro de navegação na parte final do percurso. Apesar de tudo, o facto do dia é mesmo o débil estado de saúde do seu copiloto francês, Jean-Pierre Garcin, devido ao forte choque sofrido ontem na transposição de uma duna…

Numa etapa que a Organização avisou que seria a mais dura desta edição do Dakar, Carlos Sousa cumpriu com aquilo que tinha prometido na véspera, atacando forte desde os primeiros quilómetros da especial que ligou Arequipa a Nasca, no Peru, para tentar recuperar a sexta posição da geral que cedera ontem ao argentino Lucio Alvarez.

Mesmo sendo apenas o 21º carro a largar esta manhã para a 12ª e antepenúltima especial da prova, o que o obrigou a ultrapassar vários concorrentes mais lentos, o piloto português rapidamente começou a aproximar-se dos lugares da frente, chegando a registar o quinto melhor no primeiro terço do percurso, a menos de 2 minutos do Hummer de Robby Gordon.

Contudo, este forte ritmo imposto por Carlos Sousa teve consequências inesperadas para o seu navegador, o francês Jean-Pierre Garcin, que se queixou de fortes dores no pescoço e na cabeça a sensivelmente meio da especial, forçando o piloto da Great Wall a baixar drasticamente o seu ritmo:

“Começámos muito bem a etapa, mas depois tive que mesmo que levantar o pé porque o Jean-Pierre começou a sentir-se muito mal, queixando-se de fortes dores no pescoço e na cabeça, ainda devido às mazelas do choque de ontem na duna. Por momentos, cheguei a pensar que teríamos que desistir, mas lá conseguimos continuar, embora a um ritmo bem mais lento que na primeira parte da especial”, contou Carlos Sousa à chegada ao acampamento de Nasca.

Praticamente sem poder contar com a colaboração do seu navegador até final da etapa, o português acabaria por cometer um erro no percurso que o fez perder mais cerca de 15 minutos e, pior que isso, entrar no cordão de dunas final já depois de alguns camiões:

“Sem notas, acabei por errar um cruzamento e fazer mais 7 km para a frente e para trás, o suficiente para chegar às dunas já depois dos primeiros camiões e quando a areia já estava muito destruída. Enfim, mais um dia para esquecer e que só acabará agora no hospital, onde o Jean-Pierre vai ser examinado pelos médicos para saber se poderá continuar em prova”, revelou o piloto, ainda assim décimo classificado da etapa, a cerca de 40 minutos do vencedor.

Um resultado apesar de tudo insuficiente para segurar o sétimo lugar da geral, que é agora ocupado pelo holandês Bernhar Tem Brinque, hoje o quarto mais rápido da especial. Os dois pilotos vão entrar amanhã para a penúltima etapa separados na classificação por apenas quatro minutos.

Amanhã, penúltimo dia de prova, a dureza promete continuar na etapa que ligará Nazca a Pisco (nome da mais popular bebida do Peru), num total de 375 km, dos quais 257 serão cumpridos ao cronómetro. Mais uma vez, as principais dificuldades estão reservadas para as dunas, num último teste à resistência de máquinas e pilotos.


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