Bem merecia ter ganho a última etapa, mas Robby Gordon adiantou-se 21 segundos ao Mini All4 dos portugueses Ricardo Leal dos Santos e Paulo Fiúza, algo sacrificados ao longo de todo o rali devido ao seu compromisso de zelarem pelos seus companheiros de equipa e prestar-lhes assistência sempre que necessário, como foi o caso na etapa anterior, quando tiveram de desatascar Joan Roma.
Esta etapa final, com um sector seletivo de somente 29 quilómetros sem grandes dificuldades — ainda que tivesse cerca de 12 km de areia, com pequenas dunas encadeadas, as mais traiçoeiras… — seria o único em que Leal dos Santos e Fiúza estariam mais libertos desse papel de anjos da guarda, podendo, pois, atacar forte para demonstrar que mais do que ajudarem os companheiros, estão ao nível dos mais rápidos de todos! Ficou a intenção, gorada por um ataque ainda mais forte do Hummer H3 de Robby Gordon, o americano que termina num quinto lugar provisório, estando dependente do resultado do apelo que interpôs contra a decisão da organização em desclassificá-lo por irregularidades mecânicas.
A decisão final tardará, provavelmente, algumas semanas e somente não afetará os quatro primeiros: Stéphane Peterhansel, que hoje obteve a décima vitória no “Dakar”, Joan Roma, que o secundou, assegurando uma dobradinha para a Mini, Giniel de Villiers, que embora tivesse tido uma participação muito discreta, foi suficientemente eficiente para assegurar o terceiro lugar na estreia da Toyota Hilux preparada pela filial sul-africana da marca, e ainda Leonid Novitskiy, que fez uma prova com altos e baixos, depois de ter passado pela liderança no início.
Já para os portugueses, a eventual desclassificação de Gordon poderá significar uma recompensa adicional, ainda que irrelevante: Carlos Sousa, que hoje foi o quinto mais rápido, subiria do sétimo para o sexto posto, trazendo atrás de si Ricardo Leal dos Santos e Paulo Fiúza. Independentemente disso, para os chineses da Great Wall Motors este resultado do piloto português encaixa-se perfeitamente nos objetivos traçados e apenas esperamos que sirva de motivação para um investimento mais forte e continuado, por forma a que a marca possa ambicionar lugares mais à frente.
Passando às motos, assistiu-se hoje à vitória do norueguês Ullevalseter, diante de Marc Coma, que logrou reduzir o seu atraso um punhado de minutos, sem quaisquer consequências, pois Cyril Desprès estava fora de alcance, depois do atraso que o catalão ontem sofreu. Desprès foi apenas o décimo na etapa, dois lugares atrás de Hélder Rodrigues, que estabeleceu o melhor resultado entre os portugueses e o único hoje a colocar-se entre os dez mais rápidos: Paulo Gonçalves foi 25º, resignado que estava ao 26º posto, enquanto Pedro Bianchi Prata foi 31º, terminando em 42º, e Rúben Faria quedou-se pelo 95º lugar nesta etapa, garantindo o 12º posto absoluto.
Classificação na etapa
Classificação Final
