A vitória de Pedro Peres no Rali Serras de Fafe acabou por ser uma questão absolutamente pacífica. Sem adversários à altura, Peres não teve mais do que ir ganhando calmamente distância em relação a Miguel Barbosa, que para além de não conseguir acompanhar o seu adversário mais directo, também optou por se preocupar muito mais com as contas do Campeonato de Portugal de Ralis, amealhando os preciosos pontos referentes ao segundo lugar.
Entre as duas rodas motrizes, e depois do prematuro abandono de Renato Pita em Renault Clio R3 na terceira especial da prova, tudo ficou na mão de Ivo Nogueira em Citroen DS3, que com Nuno Rodrigues da Silva controlou os acontecimentos frente a Paulo Neto e Paulo Fiúza em carro idêntico e ao regressado Pedro Leal que tripulou um Peugeot 206 GTI.
Para quem se deslocou à “catedral dos ralis” no norte do país, para na região de Fafe seguir de perto os troços carismáticos que fazem parte da história do desporto automóvel em Portugal, sentiu-se por certo bastante desgostoso com a quantidade e qualidade de concorrentes que acabam por ser a péssima imagem reflectida num espelho baço que, para além da crise que se faz sentir, também projecta outro tipo de opções que prejudicam seriamente os desporto automóvel em Portugal.
Uma pena ver apenas nove concorrentes terminar uma prova do CPR, sem sequer se poder contar com verdadeiros momentos de emoção. Salve-se a coragem de Pedro Leal a regressar apesar da crise, como um verdadeiro exemplo para aqueles que vacilam em opções de patrocínios ou em condições de participação, para que também se possam rentabilizar investimentos feitos. Por vezes é necessário baixar a fasquia para mostrar que é possível ser-se competitivo.
Com a conhecida ausência de Ricardo Moura, que não nomeou esta prova, Pedro Peres serviu-se à vontade nas especiais de Fafe para tentar apenas dar um pouco mais de entusiasmo a este paupérrimo campeonato
por: António Xavier
