Talvez os exigentes troços do Rali Vinho da Madeira não tenham sido os ideais para a estreia mundial do Lotus Exige na categoria R-GT dos ralis mundiais. Com menos de uma semana de homologação por parte da FIA, a estreia acabou por saber a pouco, tanto para o piloto Bernardo Sousa, como para os responsáveis pela Lotus International Raly. Duas especiais de classificação e apenas alguns metros, foi na realidade muito pouco para medir as potencialidades do novo automóvel.
“O carro tem um bom potencial. Excelente motor, fantástica capacidade de travagem e um chassis fabuloso. No entanto, algo de estranho se passou no carro. Logo no primeiro troço de hoje, houve uma falha ao nível de electrónica que quase nos obrigou a uma paragem no final da especial. Depois, logo na segunda curva de Chão de Lagoa, aconteceu o impensável, talvez devido à relação da electrónica com a caixa de velocidades. O Lotus saiu de frente quando nada o fazia prever. Vamos avaliar a situação para perceber o que realmente aconteceu”, afirmou, visivelmente decepcionado, Bernardo Sousa.
Ainda segundo o piloto, a distribuição de pesos no Lotus Exige não é perfeita, com a frente do carro a mostrar-se demasiado leve. Um trabalho que terá de ser efectuado através de novos testes, que levem a uma evolução constante de um carro de competição que sofre naturalmente de problemas de juventude, embora o projecto da Lotus para os ralis indique que num futuro próximo seja encontrado um ponto de equilíbrio.
Lotus International Raly
Entregue aos italianos da United Business Racing, o projecto de desenvolvimento do Lotus Exige teve a sua estreia mundial na ilha da Madeira.
Com uma estrutura bem montada e cuidada em termos de imagem, a equipa acha que é preferível desenvolver o carro em competição, em vez de o fazer em testes privados. Segundo Pier Liberali, o responsável máximo pela equipa, é necessário comparar andamentos em relação a outros carros, e isso só pode ser feito em competição.
A nova estrutura que irá suportar o desenvolvimento do carro fez deslocar ao Rali Vinho da Madeira quatro engenheiros dedicados ao desenvolvimento do carro. “Todas as decisões são Lotus” afirma Liberali que se mostra confiante no futuro do Exige. Segundo o responsável italiano, a Lotus International Raly tem três carros prontos a correr, embora a Lotus só tenha optado até este momento por Bernardo Sousa como piloto oficial. Ainda segundo o responsável pela estrutura, o Bernanrdo Sousa é um piloto jovem mas experiente, mostrando-se cada vez mais adulto e tranquilo. Aliás, o antigo campeão nacional de 2010 é neste momento um dos poucos pilotos oficiais ao nível dos ralis mundiais.
Devido à ocorrência verificada no terceiro troço do Rali Vinho da Madeira, Bernardo Sousa e Corrado Mancini ficaram impossibilitados de regressar à prova, devido ao chassis do Lotus Exige ter ficado afectado com a pancada.
Uma estreia demasiado exigente para um carro que ainda tem poucos dias de vida a nível oficial, mas que a médio prazo parece prometer resultados positivos.
por: António Xavier
