Armindo Araújo já não é piloto WRC Team Mini Portugal. É um facto!
Bruno Pianto da Motorsport Itália considera que o piloto português tem sido alvo de demasiadas pressões.
A partir da próxima prova pontuável para o Campeonato do Mundo de Ralis, o Rali da Alemanha, agendado para os dias 23 a 26 de Agosto, Armindo terá no seu lugar o piloto australiano Chris Atkinson.
A Mini esta alheia a estas decisões.
Na maior parte das vezes os sonhos não se realizam! No entanto, Armindo Araújo conseguiu realizar o sonho de se tornar piloto oficial de uma marca que disputa o WRC.
Esta sensação fabulosa de ser considerado um dos pilotos de topo de um campeonato do mundo, poderá mesmo não ter sido mais do que uma impressão. Porque, pelo meio, existiram alguns pesadelos.
Diversas questões se levantaram ao longo desta temporada em que Armindo Araújo e Miguel Ramalho deram o melhor contributo possível para tornar o Mini JCW WRC um carro competitivo.
A equipa portuguesa de um team português, efectuou oito provas num total de treze pontuáveis para o WRC 2012. Claro que os resultados não foram os melhores. É visível que o Mini esteve em constante evolução, mas óbvio é também que outros carros idênticos alcançaram melhores prestações em prova que o Mini de Armindo. Que o diga, por exemplo, Dani Sordo. Mas óbvio é também que o nível de preparação dos dois carros não é, nem nunca foi o mesmo. E se Armindo tripulasse por exemplo o Mini de Dani Sordo?
Claro que estamos também no campo das hipóteses, ou se quiserem, a projectar alguns sonhos.
Quando se procuram justificações para alguns insucessos, o mais fácil é apontar as baterias a quem já não pode contribuir com mais nada para um projecto, apesar das capacidades e potencialidades de cada um. Isto não quer dizer que Armindo Araújo seja o elo mais fraco de uma equipa que até se chama WRC Team Mini Portugal. Muito pelo contrário.
Afinal Armindo e Miguel até contribuíram com dois títulos mundiais de Produção (PWRC) para que fosse possível projectar uma equipa. Por vezes as memórias são demasiado curtas.
A entrada de novos valores numa equipa com aspirações, é sempre muito bem vinda, e Chris Atkinson até poderia conviver com Armindo Araújo, tal como vai conviver com o brasileiro Paulo Nobre. Será que num balanço das oito provas disputadas, Armindo Araújo não foi mais eficaz que Paulo Nobre? Foram simplesmente diferenças brutais entre os dois pilotos, com os resultados do português a serem sempre muito superiores aos do brasileiro, apesar de modestos. Mas, provavelmente, Paulo Nobre poderá contribuir com matérias mais importantes para a equipa.
“Algo não está bem…” afirmou Bruno Pianto da Motorsport Itália. E nos gostaríamos de perguntar-lhe: O Armindo ou o carro?
Uma carreira interrompida antes de se tirarem conclusões finais, ainda mais numa altura em que iam chegar as provas mais acessíveis para o Mini JCW WRC.
Um sonho interrompido com demasiados pesadelos pelo caminho. Uma história de um team português, contada com sotaque italiano, por uma equipa que agora vai tentar tornar-se competitiva.
O Armindo Araújo é um piloto com larga experiência e dotes mais do que comprovados.
Políticas de sobrevivência à parte, pode ser que um dia ele regresse ao WRC, mas com condições verdadeiras e iguais às de um piloto de fábrica. Um sonho difícil, mas não impossível.
por: António Xavier
