Quando saímos de Beirute para iniciar o nosso percurso através do Líbano, esta capital era manchete nos jornais de diversos países, nomeadamente franceses. As capas diziam que “Beirute já está a arder” e não mentiam. Porque, de facto, uma milícia tinha cortado a estrada para o sul, precisamente a que tomámos, queimando pneus na faixa de rodagem e fechando uma das principais vias de acesso ao aeroporto. Todavia, conforme nos comentava o chefe de um restaurante onde jantámos na véspera de partirmos para a estrada, “quando há problemas numa rua, vamos por outra, porque a vida continua”. E foi com esse espírito, um modo de viver tão libanês quanto aventureiro, que nos sentámos ao volante do BMW X5 Xdrive35i preto e partimos rumo a Saïda, um antigo porto fenício, onde a herança do passado permanece desperta nas pedras das ruínas do Castelo do Mar, nas ruelas estreitas e sombrias do “souk”, no imponente caravanserai, onde outrora se recolhiam os viajantes. Em dia de festa, a viagem foi um pouco mais demorada do que o previsto, mas o certo é que não podíamos ter escolhido melhor dia para apreciar os enormes contrastes entre a cosmopolita e sofisticada Beirute, e uma cidade genuinamente árabe, de coração e de tradição…
Coragem e ousadia são palavras que hoje se pronunciam com raridade, apesar de firmeza e convicção serem sinónimos utilizados cada vez mais para disfarçar...