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“60 anos do SL”: dupla vitória na Panamericana

24 October , 2012

A temporada de corridas de 1952 foi um êxito retumbante para a Mercedes-Benz: em Berna, Le Mans e no circuito de competição de Nürburgring, onde o 300 SL (W 194) deixou para trás os seus adversários. Com as famosas vitórias dupla, tripla e quádrupla, o 300 SL demonstrou de forma impressionante o seu gene desportivo, que passou para os veículos sucessores na série SL. O calendário de competições desse ano contou com outro destaque para encerrar a temporada de 19 a 23 de novembro de 1952: a 3.º Carrera Panamericana no México, uma das mais duras corridas de resistência do mundo.

Flashback para o ano de 1952: a aventura no Carrera Panamericana começou em setembro de 1952, com testes de altitude na montanha Grossglockner, na Áustria. Foi aqui que o 300 SL foi preparado para as condições de elevada altitude que enfrentaria no México, onde a maior parte do percurso se encontrava a cerca de 2000 metros acima do nível do mar, estando o ponto mais alto da corrida, Puerto Aires, 3196 metros acima do nível do mar. Encontrar a configuração ideal do carburador foi particularmente difícil, já que as diferentes etapas da corrida incluíam também repetidas descidas entre 200 e 300 metros.

Simultaneamente, os engenheiros pretendiam mais potência de motor para a corrida de 3100 km no México. No final, através da implementação de diversas melhorias, foi possível aumentar a potência de 170 cv (125 kW) para 180 cv (132 kW). No início de outubro, uma grande “força expedicionária” partiu de navio para Veracruz, no México.

A primeira das oito etapas, ao longo de uma distância de 530 quilómetros de Tuxtla a Oaxaca, teve início a 19 de novembro de 1952, precisamente às 07:00. Hermann Lang, Karl Kling e John Fitch obtiveram números de partida baixos, o que significou que seguiriam uns atrás dos outros em intervalos pequenos. Foi durante esta etapa que se deu o agora celebrado acidente com o abutre, quando o 300 SL de Kling e Klenk colidiu com um (embora algumas pessoas digam que era um bútio). Qualquer que tenha sido o tipo de pássaro, a verdade é que partiu o para-brisas a mais de 200 km/h e feriu o copiloto Hans Klenk na cabeça. Este ficou inconsciente por breves momentos, mas Karl Kling conseguiu acordá-lo, sacudindo-o vigorosamente. Depois de recuperar os sentidos, Klenk pediu-lhe para continuar a corrida. No final da etapa, que, apesar do incidente, conseguiram terminar em terceiro lugar, o veículo foi equipado com um para-brisas novo, com quatro barras de metal verticais de cada lado para proteção adicional. O veículo original está atualmente em exposição no Museu Mercedes-Benz.

Após oito alucinantes e desgastantes etapas, Kling e Klenk cortaram finalmente a meta na Ciudad Juárez no dia 23 de novembro de 1952, com um tempo de 18 horas, 51 minutos e 19 segundos. Lang e Grupp terminaram a prova em segundo lugar, a apenas 35 minutos dos vencedores. Com a dupla vitória do SL na 3.º Carrera Panamericana no México, a Mercedes-Benz alcançou um dos mais importantes triunfos da marca nos anos 50.

O automóvel vencedor faz atualmente parte da extensa coleção de veículos Mercedes-Benz Classic, estando exposto no Museu Mercedes-Benz.


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