Areias demasiado moles, onde atascar é prato do dia. Uma região onde só especialistas conseguem conviver com bons resultados. Ou então quem lá nas alturas, dentro dos camiões, trata as areias por tu.
Esta etapa looping de Akjoujt, com partida e chegada, foi mesmo dedicada aos camiões. Só Jean Louis Schlesser, com toda a sua experiência, conseguiu ser melhor que quatro camiões que o seguiram na classificação da etapa. Mas muita atenção, que o melhor camião foi extraordinariamente bem tripulado por uma senhora, ainda por cima portuguesa, de seu nome Elisabete Jacinto. Para nós, e não só, ela foi a grande heroina desta etapa. A segunda classificada e o melhor dos camiões. Desta vez o MAN português bateu a forte concorrência.Tomas Tomacek em Tatra foi terceiro classificado, o líder dos camiões, Anton Shibalov foi quarto e Miklos Kovacs em Scania foi quinto. Que mais se podia pedir à piloto portuguêsa?
Depois de mais uma etapa demolidora por terras da Mauritânia, Schelesser tem a vitória no bolso, com quase três horas de avanço frente a Shibalov, agora segundo da geral e líder sólido dos camiões, porque Tomacek é terceiro classificado, mas a quase duas horas de diferença. Quanto a Elisabete Jacinto, ocupa o 8º lugar da geral e o 3º entre os camiões.
Em relação a Paulo Rui Ferreira, as marcas das areias mauritanas deixaram estragos na sua Nissan Navara. Ontem perdeu mais de quatro horas em sucessivas “prisões” nas dunas mauritanas, e hoje a embraiagem da Nissan teimou em deixar a equipa portuguesa sem poder regressar a Akjoujt. No entanto, a formação de Leiria volta a partir, para tentar atingir o Lago Rosa em Dakar.
Imaginem que para hoje está marcada a etapa mais dificil da prova. Como se as últimas duas já não tivessem sido terríveis… Entre Akjoujt e Tenadi vão ser percorridos 460 km com muita areia. Só areia!
Vamos ver quem por lá consegue passar…
por: António Xavier