A edição deste ano da Baja Aragon foi totalmente dominada pelos Mini All 4 Racing. Entre os quatro mini classificados nos quatro primeiros lugares, o espanhol Nani Roma subiu ao trono no seu país, conquistando uma vitória inequívoca perante um irreverente Orlando Terranova, o 2º classificado a 4m32 do vencedor, que contou com o português Paulo Fíuza como navegador. Desta vez o “Senhor TT”, Stephan Peterhansel, não conseguiu melhor que a 3ª posição a 7m38, deixando o outro Mini de Holowczyc no 4º lugar, mas já a 16m20 de Nani Roma. Com Jean-Louis Schlesser a terminar no7º posto, a principal luta à armada Mini foi dada pelas Toyota Hilux Overdrive de Kaczmarski (5º) e de Coffaro (6º), mas a mais de quarenta minutos do vencedor.
No agrupamento T2 a festa foi portuguêsa, com Rómulo Branco a sagrar-se o grande vencedor aos comandos de um Mitsubishi Pajero.
“Estou muito satisfeito. É uma vitória muito importante para este nosso projecto e representa muito para mim. Acho que fizémos tudo bem e mesmo com um furo já nos últimos quilómentros fomos capazes de vencer. A equipa está de parabéns”, salientou Rómulo Branco que acrescentou: “Este é o meu primeiro triunfo numa prova da Taça do Mundo e também o de um piloto angolano. Estou muito empenhado em levar um título mundial para Angola, país onde o desporto motorizado está a renascer com muito entusiasmo”.
Paulo Graça e Nuno Rodrigues da Silva que poderiam ter terminado a prova a beijar o “top ten”, acabaram por perder mais de uma hora para a concorrência no troço inicial devido a problemas no motor da Nissan Navara Off Road. Com uma excelente recuperação a dupla nacional viria a registar tempos entre o 11º e o 14º lugar, acabando por terminar esta prova da Taça do Mundo no n18º lugar.
“Foi um dia complicado, pois perdemos muito tempo na constante ultrapassagem a concorrentes mais lentos. Muito pó, pouca visibilidade e imenso calor. Apesar do azar inicial, que nos custou importantes posições na classificação geral, faço um balanço positivo desta participação da nossa equipa, pois aprendemos bastante, o que é sempre importante em termos futuros. Foi a primeira vez que estive presente na Baja de Aragon, uma prova divertida, rápida e muito técnica. Sinceramente, acho que valeu a pena”, conclui, Paulo Graça.
Entre os camiões, a luta entre três MAN foi emocionante até final, com Elisabete Jacinto a vencer os derradeiros troços, numa luta directa com Borrero pela vitória entre os camiões, mas acabando por terminar na 2ª posição a apenas quatro minutos do vencedor.
“esta etapa correu-nos bem. Ficámos em primeiro de manhã o que nos deu alguma margem de segurança. O segundo troço era mais difícil, mas felizmente também correu bem e conseguimos vencer as duas especiais do dia. Foi uma boa prova e atingimos os nossos objetivos. Estamos muito felizes com mais um pódio para a equipa e para Portugal” contou a piloto no final da etapa da Baja Aragón.
Ricardo Porém viveu em Aragón uma situação muito complicada. “Depois de termos cumprido todas as verificações, documentais e técnicas, sermos admitidos à partida, e saído do parque fechado para a Super Especial, fomos surpreendidos pela Guarda Civil numa operação STOP, estrategicamente preparada, onde o nosso carro foi apreendido. Ficámos sem perceber a razão pela qual a policia tomou este procedimento pois apresentamos todos os documentos originais do carro (livrete, seguro, IPO e passaporte técnico FIA) necessários para que o veiculo circule na via publica. Esses mesmos documentos fizeram hoje fé perante o juiz, que ordenou a libertação imediata da viatura, sem qualquer sanção ou coima. Nesta situação estiveram envolvidos mais 4 pilotos franceses que tiveram o mesmo desfecho. Lamento a atitude que organização teve perante estes pilotos, que nunca deu a cara quando o problema foi criado.”
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por: António Xavier
