Há muito que não se via tanto movimento em torno do Autódromo do Estoril. Mas apesar de todos os esforços feitos por promotores e organização, e do impacto da própria prova, o público está longe de responder de uma forma positiva. Nem à borla! É o que se pode dizer ao olhar com desgosto para as bancadas bastante despidas. Só a bancada principal esboçava alguma agitação, embora a lotação não tenha chegado a metade. Quantos às outras, quase tudo às moscas… Bem se sabe que não era uma prova de Fórmula 1 (que saudades dos grandes prémios de F1 ali disputados), nem sequer uma jornada bem trabalhada de WTCC, mas era uma corrida do europeu de Le Mans Series por onde andam carros bastante competitivos. Claro que o Padock estava bem preenchido, com bilhetes a 5 € que até esgotaram. A sensação de ver carros e pilotos de perto sempre estimulou o apetite e saudar de forma especial os portugueses Filipe Albuquerque ou até Miguel Faísca serviu de incentivo para ir até ao Estoril e deixar o carro um pouco distante do circuito. Mas a festa fez-se e até foi uma jornada bem simpática, com o ruído dos motores a matar saudades de outros tempos
Filipe Albuquerque acabou por fazer uma corrida interessante, mas falhou o título devido a alguns azares dos seu companheiros Dolan e Tincknell que comprometeram a vitória, depois da equipa ter garantido o primeiro lugar na grelha de partida. Apesar de tudo Filipe Albuquerque sagrou-se vice-campeão do European Le Mans Series após a derradeira prova do ano disputada no Estoril. Albuquerque/Tincknell/Dolan levaram o Zytek Nissan ao 3º lugar final a escassos 7 segundos do 2º lugar (Morgan Judd de Klien/Hirsch/Ragues) e a 43.71 segundos da dupla vencedora, formada por Capillaire e Eriksson ao volante de um Oreca Nissan da Sebastien Loeb Racing. Na categoria abaixo, a LM GTE, a vitória acabou por pertencer a Bertolini/Shaitar/Zlobin num Ferrari F458, após domínio inicial do Aston Martin Vantage de Goethe/Hall/Brown. A categoria GTC foi ganha pelo BMW Z4 GT3 tripulado por Leinders/Paltalla/Hassid. O português Miguel Faísca, o jovem que num ano passou dos jogos de consola para o volante de um LMP2 Zytech Nissan, terminou a prova no 7º lugar a duas voltas dos vencedores.
Para continuar a animar os amantes do desporto automóvel, são necessárias mais corridas do género para o Autódromo do Estoril, apesar de crises que se vão prolongando por demasiado tempo.
por: António Xavier