Se em Guimarães não restaram dúvidas em relação à supremacia de José Pedro Fontes e Miguel Ramalho e do DS3 R5, em Castelo Branco tiraram-se as dúvidas. Fontes deu um autêntico recital à chuva e venceu seis das sete especiais de classificação, exceção feita á Super Especial onde João Barros conseguiu vencer. E se a comprovada eficiência de Fontes e do DS3 em asfalto seco ou molhado é sempre a mesma, resta agora saber como será em pisos de terra. No final da prova da Escuderia de Castelo Branco houve quem perguntasse a José Pedro Fontes se tanta eficiência se devia ao carro ou ao piloto. Prontamente Fontes respondeu: “É seguramente do DS3”… Sem qualquer tipo de peneiras.
Por duas vezes muito perto (em Castelo Branco e também em Guimarães) esteve João Barros e o Ford Fiesta R5. Com diferenças praticamente iguais na casa dos vinte segundos, Barros colecionou dois segundos lugares, mas tambémgarantiu que podem contar com ele para disputar ao centímetro o presente Campeonato Nacional de Ralis. Quanto a Ricardo Moura, depois de vencer com categoria nos pisos de terra de Fafe, esteve longe de pressionar os dois homens da frente, tanto em Guimarães como em Castelo Branco, somando um 3º e um 4º lugares. Mas Moura pode queixar-se e muito de alguns azares ou, se quiserem, dos pneus. Uma sistemática má escolha de pneus acabou por estragar a festa ao tricampeão nacional de ralis. Escolheu pneus para piso seco e acabou por encontrar o piso molhado e quando “calçou” pneumáticos para molhado, acabou por encontrar o piso seco. Para azedar ainda mais a dança, o penúltimo troço reservou-lhe uma surpresa. O pneu da frente direita do Fiesta tinha um defeito de fabrico. Empolou, começou a degradar-se e a destruir as fibras da carroçaria e a equipa foi obrigada a parar para mudar o pneu, perdendo mais de três minutos.
E se este trio da frente é seguramente o tridente responsável por discutir o título de 2015, é gratificante assistir à excelente adaptação que Carlos Martins está a ter com o Skoda Fabia S2000, rubricando um excelente 3º lugar em Castelo Branco. Igual a si próprio, ou seja excelente, esteve Adruzilo Lopes que voltou a vencer demasiado à vontade o Grupo N repetindo mais um 5º lugar à geral, rolando ao nível dos homens da frente. Entre as duas rodas motrizes Marco Cid muito bem acompanhado por Nuno Rodrigues da Silva voltou a levar o Renault ClioS1600 à vitória. Parece que afinal temos mesmo piloto! Uma prova dominada por José Pedro Fontes, o novo líder do campeonato que brindou o público com um verdadeiro recital à chuva. De lamentar apenas a decisão de neutralizar a prova em mais de uma hora devido ao acidente de João Ruivo. Se a chuva já baralhava naturalmente as contas das equipas em relação à escolha de pneus, uma paragem tão grande acabou naturalmente por atraiçoar qualquer decisão.
por: António Xavier