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Rali Vinho Madeira: Vitória do Mestre Fontes

6 August , 2016

Rali Vinho Madeira: Vitória do Mestre Fontes

O campeão nacional José Pedro Fontes foi quem mais lucrou com o final atribulado do Rali Vinho Madeira. Mas Fontes não aproveitou apenas erros e desavenças para chegar à vitória. Na altura certa, o “Mestre Fontes” mostrou porque é um dos mais sagazes pilotos nacionais. Sempre na luta pela vitória, durante toda a prova, José Pedro Fontes e Inês Ponte levaram o Citroen DS3 R5 a uma vitória que ficará na história da prova madeirense e que servirá como um sério aviso para atitudes futuras.

Uma prova tão emotiva não merecia acabar assim

Foi um rali de se lhe tirar o chapéu! Há muito não se via um lote de cinco pilotos lutar ao segundo pela vitória, durante 19 especiais de classificação. Sempre na “guerra”, o regressado Bruno Magalhães, desta vez ao volante de um Ford Fiesta, tentava tudo por vencer por cinco vezes a prova madeirense. Mas a tarefa era naturalmente difícil. Desde muito cedo que José Pedro Fontes (Citroen DS3 R5)) e Miguel Campos (Skoda Fabia R5), não davam tréguas a Magalhães, mas com uma infernal dupla local a controlar todos os movimentos dos homens do pódio. Sempre à espreita e à espera da altura ideal, Alexandre Camacho (Peugeot 208 T16 R5) e Miguel Nunes (Ford Fiesta R5) estiveram sempre presentes, dando o sinal máximo nas duas especiais noturnas, Serragem e Terreiro da Luta, onde Bruno Magalhães também soube mostrar porque é um especialista neste Rali Vinho Madeira, defendendo a liderança com unhas e dentes. Sempre líder desde a 3ª especial de classificação, Bruno Magalhães defendia-se como ninguém dos ataques constantes de Alexandre Camacho no último dia de prova, com Fontes sempre astuto na 3ª posição, mantendo o líder a 10 segundos e Camacho a apenas 2,6 segundos, antes da última ronda pelas quatro derradeiras especiais do rali. Mais atrás, já sem veleidades de lutar pela vitória, Miguel Nunes só espreitava o pódio, e Miguel Campos já nem isso, apesar das excelentes provas que assinaram.

A Pedra da Discórdia

Mas o golpe de teatro deste rali estava para surgir na penúltima classificativa, depois mesmo de um aparatoso despiste de Carlos Vieira no troço anterior. Bruno Magalhães abria a estrada na segunda passagem por Ponta do Pargo, quando uma pedra se instalou estrategicamente na sua trajetória. Depois do embate, o Ford foi à berma e Bruno parava estupefacto para indagar o que se teria passado. Com o carro de segurança (0) a assinalar que o troço estava limpo, Magalhães ficou incrédulo com o sucedido e resolveu, por questões de segurança, interromper a especial, que viria a ser anulada. Com o resultado final em suspenso e com três candidatos à vitória, no derradeiro troço (Rosário 2), o campeão nacional José Pedro Fontes decidiu “abrir o livro” e mostrar que os ralis só acabam mesmo no fim. Vence a especial, batendo os outros candidatos em mais de quatro segundos, acabando por ficar na segunda posição da geral a 5,7 segundos de Bruno Magalhães e com Alexandre Camacho no 3º lugar a apenas um segundo de diferença.

Um final polémico que só viria a ser resolvido na reunião do Colégio de Comissários Desportivos, que decidiu retirar Bruno Magalhães do pódio, penalizando-o de forma cirúrgica em 35 segundos, atirando Magalhães para o 4º posto, como “castigo” pela atitude de ter obrigado à paragem da especial de classificação. Assim, o pódio do Rali Vinho Madeira viu José Pedro Fontes e Inês Ponte subirem ao degrau mais alto, festejando a vitória com o Citroen DS3 R5. Uma prova muito inteligente por parte de “Mestre Fontes”. Primeiro pensou nos pontos preciosos para o Campeonato Nacional de Ralis. Depois, e dado os acontecimentos, vence de forma categórica a última especial, e espera calmamente pela penalização de Bruno Magalhães que o coloca como vitorioso na prova do Club Sports da Madeira. E se qualquer um dos cinco primeiros classificados na prova poderia sonhar com uma merecida vitória, há que ser frio e objetivo antes de decisões que podem hipotecar um rali fantástico, como foi aquele que Bruno Magalhães realizou. Um pódio que passou a contar com dois pilotos madeirenses, com Alexandre Camacho na 2ª posição e Miguel Nunes no 3º lugar. Em termos de CNR, José Pedro Fontes dá um passo importante para a revalidação do título, com Miguel Campos, Ricardo Moura, Pedro Meireles e Miguel Barbosa a juntarem também importantes pontos para 2016.

Entre os carros de duas rodas motrizes, o madeirense João Silva regressou após dois anos de paragem, mostrando que está em plena forma. Dominou a principal concorrência continental e local, levando o Renault Clio R3 a uma vitória fantástica. Entre os “grupo N” Filipe Pires em Mitsubishi Lancer Evo X foi o vencedor. Um Rali Vinho Madeira muito emotivo, que não merecia ter um final assim. José Pedro Fontes e Inês Ponte saem a sorrir da ilha da Madeira, a caminho do título de 2016.

CNR (após Rali Vinho Madeira)

1º José Pedro Fontes         121,25

2º Pedro Meireles                 90

3º Miguel Campos                74,5

4º Miguel Barbosa                54,25

5º Ricardo Moura                  46,75


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