Já fazia falta um rali assim. Emoção até ao último quilómetro, mais de uma dezena de viaturas R5 inscritas e importantes regressos no panorama dos ralis nacionais. No Serras de Fafe lutou-se até ao fim pela vitória na prova de abertura de 2018. O duelo entre Ricardo Moura e Miguel Barbosa prendeu o imenso público, que encheu as carismáticas especiais da região de Fafe, podendo-se mesmo afirmar que, houve dois ralis diferentes, tal foi a disparidade de andamentos que Moura e Barbosa imprimiram ao Ford e ao Skoda, perante os restantes concorrentes.
Se o dez vezes campeão açoriano e tricampeão nacional de ralis prometera vingança na “Catedral dos Ralis” portugueses, depois de ter desistido por duas vezes quando liderava a prova, já não se esperava por um andamento tão forte por parte de Barbosa, o que veio dar um colorido especial à prova de abertura do campeonato. Com contas à parte, e também alguns desencantos, de saudar a entrada de uma equipa oficial para o CPR, com dois grandes pilotos e dois R5 da nova geração. O Team Hyundai Portugal escolheu Carlos Vieira, o campeão nacional de ralis em título e Armindo Araújo, um dos nomes mais sonantes dos ralis portugueses, para tripularem os novos Hyundai i20 R5 que, depois de alguns problemas de juventude na prova de estreia, vão por certo protagonizar excelentes momentos ao longo de 2018, pois tanto pilotos como máquinas garantem um enorme potencial.
E se Armindo Araújo foi um regresso muito saudado, após cinco anos de paragem, também foi aplaudida a reentrada de José Pedro Fontes, parado desde maio do ano passado, apos o acidente sofrido no Vodafone Rally de Portugal. Enquanto Moura e Barbosa faziam contas à parte, na luta a dois pela vitória, Pedro Meireles parecia querer controlar a “guerra” dos candidatos ao pódio, com o piloto de Guimarães a terminar no 3º lugar a 1m42,4 de Ricardo Moura, antes de saber que tinha sido penalizado com 10 segundos por antecipação na partida para a Super Especial citadina de Fafe na noite anterior. Contas refeitas… foi José pedro Fontes que subiu ao 3º lugar do pódio a 1m50,6 do vencedor, ficando Pedro Meireles com o 4º lugar a 1m52,4 de Moura.
O impacto da estreia dos dois Hyundai i20 R5 oficiais foi enorme, embora algumas “afinações de juventude” colocassem os dois pilotos muito perto um do outro. Armindo Araújo foi o 5º classificado a 2m12,5 enquanto Carlos Vieira terminou na 6ª posição a 2m24,5, mas prometendo que podem contar com eles para discutir vitórias nas próximas prova do CPR. Uma surpresa positiva, foi ver Ricardo Teodósio ao volante de um carro da categoria R5, incluído na equipa da ARC Sport. O piloto algarvio há muito que merecia tripular um carro competitivo. Depois de um azar logo no primeiro troço do rali, Teodósio mostrou no segundo dia que também podem contar com ele para as contas do pódio, registando excelentes cronos nas classificativas de domingo.
Em Fafe não se bateram palmas apenas a vencedores e a pilotos de topo. Existem uma série de jovens pilotos que prometem vir a dar que falar. Na categoria RC4, Pedro Antunes foi o grande vencedor ao volante de um Peugeot 208 R2, sendo também o melhor entre as viaturas de duas rodas motrizes. Na mesma categoria, de assinalar também a prestação de Daniel Nunes que foi o 2º classificado entre os RC4. Dois nomes a ter em conta, como também muito se pode esperar de duas estreias em ralis de terra do CPR, o de Pedro Almeida com um Skoda Fabia S2000 e o de Miguel Correia num Renault Clio R3. Na categoria RC3, o triunfo pertenceu a Paulo Neto num Citroen DS3.
O Campeonato de Portugal de Ralis entrou em força em 2018, com uma vitória fantástica de Ricardo Moura, num não menos fabuloso duelo com Miguel Barbosa. Mas existem muitas mais garantias para que este ano as emoções sejam de outro mundo. O próximo desafio fica já marcado para os Açores, entre 21 e 24 de março.
por: António Xavier