A partida está prevista para as 11 horas da manhã deste sábado. Será quando começará o prólogo da Baja de Loulé, a segunda prova do Campeonato de Portugal de Todo Terreno AM|48. Será o reencontro dos protagonistas da prova inaugural, Nuno Matos /Pedro Marcão e João Ramos/Victor Jesus; foram estas duas equipas que dividiram entre si a liderança. Mas algumas mais tomaram o caminho até ao Algarve. Como nós, que podemos dizer, literalmente,”indo eu, indo eu, a caminho de Loulé…”
Um dos que regressa às competições na prova organizada pelo Clube Automóvel do Algarve é Ricardo Porém. Alinha com um Mini e leva ao seu lado o irmão Manuel, que volta assim a navegar o antigo campeão nacional de todo terreno. Este regresso, aliás, faz dos três campeões mais recentes os três principais candidatos a discutir o triunfo.
Prova histórica que promete ser acesa
Este sábado, além do prólogo, com cerca de nove quilómetros, os concorrentes terão ainda um troço em contra-relógio de 82 km. Isso será o suficiente para criar uma definição. Mas domingo há mais corrida: dois sectores selectivos que juntos somam 220 km. Almancil acolhe o centro nevrálgico da prova, mas a competição desenvolve-se pelas serranias.
O Caldeirão, a maior serra do Algarve, será recortada vezes sem conta este fim-de-semana. Trinta anos depois da primeira prova ter tido lugar. Alguns dos cenários são os mesmos. O plantel é que praticamente é todo renovado. Mas o director da prova de automóveis, Pedro Figueiredo, foi ele mesmo um dos protagonistas em 1989. Correu como navegador de João Vassalo, num UMM Alter Turbo mais de série que de corridas. Desistiram ao perder uma das rodas dianteiras. Mas enquanto andaram, deram muitas dores de cabeça.
A primeira edição desta prova, que nasceu como Transalgarve e tinha por organizador o Clube Automóvel de Loulé, foi ganha em duelo por dois pioneiros. Ou melhor, dois dos primeiros pilotos portugueses que correram no Rali Paris-Dakar, em 1982. Pedro Cortez manteve-se fiel ao UMM e ganhou com mais de sete minutos de avanço. Em segundo lugar ficou José Megre, que neste caso conduziu um Nissan Terrano. Ou não fosse ele um homem da casa que representava a Nissan; o Entreposto Comercial!
E como o prólogo já é a “valer”…
Nos primórdios, a classificação do prólogo só contava para uma coisa. Era o que permitia estabelecer a ordem de partida. Hoje isso ainda acontece. Mas o resultado conta para a prova. E inclusive oferece um ponto bónus, para a classificação do campeonato, ao vencedor. Daí ter-se tornado especialmente importante…
Vencer o prólogo torna-se agora especialmente importante. Poder partir à frente num prova cujo percurso se imagina bastante seco e poeirento, dada a seca, é fundamental. João Ramos, já recuperado do acidente pessoal na prova anterior, onde uma queda resultou nalgumas costelas partidas, promete atacar a fundo. Como sempre!
Por sua vez, Nuno Matos também já afirmou que é muito importante manter a liderança do campeonato, depois de ter ganho a primeira prova. Mas entendemos que, ao contrário de Ramos, não1 está disposto a arriscar demais.
Alheio a tudo isso, Ricardo Porém vai querer dar o máximo desde o início, para assinalar com uma vitória o seu regresso ao CPTT AM|48. O seu Mini pode não ser o mais competitivo, face à Toyota de Ramos e à Fiat de Matos. Mas não tem nada a perder… E há mais uns quantos pilotos que pensam assim. E agora, vamos a caminho de Loulé. E amanhã voltamos aqui para contar como foi o primeiro dia desta Baja de Loulé!
por: Alexandre Correia